TESHUVAH

 

Teshuvá: (em hebraico תשובה, literalmente retorno) é a prática de voltar às origens do judaísmo. Também tem o sentido de se arrepender dos pecados de maneira profunda e sincera. Aquele que passa pelo processo de teshuvá com sucesso é chamado de Baal Teshuva.

O judaísmo afirma uma continuidade histórica que abrange mais de 3.000 anos. É uma das mais antigas religiões monoteístas,  e a mais antiga das três grandes religiões abraâmicas que sobrevive até os dias atuais. Os hebreus/israelitas já foram referidos como judeus nos livros posteriores ao Tanach, como o Livro de Ester, com o termo judeus substituindo a expressão "Filhos de Israel”. Os textos, tradições e valores do judaísmo influenciaram mais tarde outras religiões abraâmicas, incluindo o cristianismo, o islamismo e a Fé Bahá'í.

Judaísmo e islamismo

O islamismo toma diversas de suas doutrinas do judaísmo, sendo que as duas religiões mantêm seu intercâmbio religioso desde a época de Maomé, com períodos de tolerância e intolerância. É especialmente significativo o período conhecido como Idade de Ouro da cultura judaica, entre 900 a 1200 na Espanha muçulmana. Na China imperial os judeus eram contados juntos com os muçulmanos as sinagogas e mesquitas chamadas pelo mesmo nome, Tsing-chin sze.

O recente conflito palestino-israelense, o que envolve entre parte da população muçulmana e dos judeus devido à questão do controle de Jerusalém e outros pontos políticos, históricos e culturais fomentou ainda mais a divergência entre judaísmo e Islamismo.

A exemplo dos cristãos, o islamismo tem um livro próprio, conhecido com Alcorão, o que os divide.

Judaísmo e cristianismo

Apesar do Cristianismo defender uma origem judaica, o judaísmo considera o cristianismo uma religião pagã. Apesar da existência de judeus convertidos ao Cristianismo e outras religiões, não existem nenhuma forma de judaísmo que aceite as doutrinas do Cristianismo como a divindade de Jesus ou a crença em seu caráter messiânico. Há movimentos, como Judaísmo messiânico que tentam conciliar a crença em Jesus como messias (mashiach) e a identidade judia.

A Bíblia dos cristãos, Novo Testamento

Os evangelhos nunca foram usados pelo próprio Jesus (Yeshua), e ele próprio nunca foi cristão. Jamais usou qualquer trecho das cartas de Paulo ou quaisquer outros escritos conhecidos, como as Epístolas.

Algumas ramificações tentaram ver Jesus como um profeta ou um rabino famoso, mas hoje esta visão também é descartada pela maioria dos judeus.

Existem diversos artigos sobre a relação entre o judaísmo e o cristianismo. 

Esses artigos incluem: O MESSIAS JÁ VEIO OU VIRÁ?

Jesus não foi reconhecido como mashiach (messias) pela maior parte dos judeus devido à causa do mesmo não ter cumprido as profecias relativas à implantação do reinado da casa de David (Rei de Judá) e a implantação da paz nas quatro extremidades da terra.

Cristianismo e anti-semitismo.

O cristianismo teve uma relação turbulenta com o judaísmo que por vezes envolvia antissemitismo. Apesar dos primeiros Cristãos serem Judeus, atitudes antijudaicas começaram a desenvolver-se antes do fim do primeiro século. Atitudes anti-semitas desenvolveram-se desde os primeiros anos do Cristianismo e persistiram durante séculos, guiados por vários fatores incluindo diferenças teológicas, a evangelização cristã e entre outros.

Estas atitudes persistiram nos sermões, na arte cristã e nos ensinamentos populares de desprezo pelos judeus durante séculos. Em muitos países cristãos, isso levou a discriminação política e civil contra judeus, restrições legais, e por vezes a ataques físicos a judeus que em alguns casos levaram a emigração, expulsão, e mesmo com mortes.

O antissemitismo tem sido descrito primariamente como ódio contra judeus como etnia com a sua expressão moderna enraizada nas teorias raciais do século XIX, enquanto que antijudaísmo é descrito como hostilidade à religião judaica.

Desde o Holocaustos deram-se muitos passos no sentido da reconciliação entre alguns grupos cristãos e o povo judeu. O artigo sobre a reconciliação entre judeus e cristãos estuda este assunto.

Conversão forçada de judeus ao catolicismo.

A inquisição do “santo ofício” tem o seu lugar na história e que esquecem de contar, que muitos e muitos judeus foram mortos por professarem a fé no Deus Único que é a fé judaica. Os que se negaram à conversão foram mortos nas fogueiras, enforcados ou nas masmorras de Portugal. Os judeus foram forçados a  se converterem foram chamados de “cristãos novos”.

Os cristãos novos são hoje conhecidos como Marrano (mar-anús), Benei anussim (Filho dos forçados) e também cryptos judeus (judeus ocultos) porque professavam a fé ocultamente em seus lares.

A pratica religiosa nem sempre era manifestado a todos da família por medo de serem descobertos pela igreja católica. Com esta situação veio a assimilação e desconhecimento da verdadeira ascendência judaica. Devido a este fenômeno de assimilação cumpriu-se a profecia de Moshê: “adorareis a deuses de pedra e de pau” (Devarim 32).

Aos judeus que estão nesta condição de afastados da comunidade judaica, fica o convite de Teshuvá (retorno). 

 

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CONVERSÃO

 

Arrependimento (ato de convergência) é a palavra chave de nosso curso, onde tudo começa. Sem um verdadeiro propósito de mudança e correção no comportamento não haverá esperança de viver no "mundo vindouro" (olam habá).

A esperança no mundo vindouro deve existir em cada pessoa, porque ressucitar um dia é a esperança; uns ressuscitarão para a vida e outros para vergonha e desprezo eterno (Daniel 12).

A nossa fé (emuná) está pautada na Torah (Instrução), mais conhecido como lei, que são os cinco primeiros livros das Escrituras judaica.

O que é arrependimento?

Arrependimento é uma reação emocional para atos passados pessoais e comportamentais. Arrependimento é muitas das vezes expressado pelo termo "desculpa".

A palavra arrependimento significa conversão espiritual, mudança de direção e mudança de mente; mudança de atitudes e temperamentos. Então arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente.

Ao dar início neste assunto é necessário entender que esta é uma atitude entre você e Deus. É algo que ninguém pode fazer por você. Nenhum rabino (mestre, professor) poderá fazer em seu lugar!

A nossa função é te orientar no caminho que deve seguir de agora em diante, e precisamos sair da inércia, e ter em mente servir HaShem através de mitsvot (mandamentos ou boas ações). A intenção (cavaná) ou vontade de acertar deve sempre nos acompanhar, porque o Hashem (O Nome) conhece a intenção de nosso coração (Prov. 21:2 ).

O que é conversão?

Conversão religiosa é a adoção de uma nova identidade, ou uma mudança da religião a qual pertencia. Isto envolve tipicamente o devotamento sincero a uma nova crença, que neste caso é a adoção da identidade judaica.

À comunidade judaica é exigido um protocolo, baseado em estudo e prática da cultura judaica, sem o qual não será confirmado a integração ou retorno ao povo judeu.

O que é um guer?

Guer toshav (prosélito residente) Aquele que para adquirir cidadania limitada renunciava à idolatria. (Gitt. 57b)

Guer Sheker (prosélito insincero) - aquele que ocultava a preservação de costumes e crenças de sua fé de origem.

Guer Tsedek (prosélito justo) - aquele que se convertia com conhecimento do judaísmo, com sinceridade e com compromisso.

Guer G'erurim (um converso auto-realizado) - não formalmente admitido e convertido, mas que é recebido informalmente pela comunidade (Av. Zara 3b).

Guer Ariot (prosélito por medo) (Hull 3b) - aquele que é pressionado direta ou indiretamente para a conversão. O exemplo clássico é os "gerei Mordechai vê-Esther" conversos de Esther. (Esther 8,17)

Guerim To'in (prosélitos em erro) - conversos que não seguem os direcionamentos do Judaísmo mesmo sem traí-los por outros preceitos. (Iev. 25a)

Guer é uma expressão que é dada ao convertido, e dá uma idéia de estrangeiro. Mas como estrangeiro se ele e seus descendentes habitam junto ao povo? A tradução mais propícia é "convertida".

Qual as principais atitudes de um guer?

A circuncisão, que é o pacto de sangue (Dam Brit).

O pacto de palavra, que é a declaração de fé.

Há homem que possa ser mediador, e que possa efetuar a conversão por você?

Deixamos cientes que o processo de conversão religiosa envolve a nossa espiritualidade, afinal o Deus de Israel é invisível, e é neste contexto que falamos de espiritualidade; Deus é Ruach (Espírito).

Cada pessoa é responsável por sua própria neshamá (alma). A alma que pecar essa morrerá (Ezeq. 18:20,21):

"Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada. Mas, se um ímpio se desviar de todos os pecados que cometeu e obedecer a todos os meus decretos e fizer o que é justo e direito, com certeza viverá; não morrerá".

Também a pessoa que se arrepende e cumpre as mitsvot (ordenanças) já está fazendo a sua parte no contrato.

A comunidade judaica tem a função de averiguar provas para descobrir a sinceridade de cada pessoa que se aproxima do povo judeu. Para isto mantem um beit din (tribunal de juiz), para verificar os candidatos, quando aprovado a pessoa passa a fazer parte oficialmente do povo.

Qual a diferença entre o judeu natural e o convertido?

A mesma lei que é para o natural também é aplicada ao convertido, com uma diferença: O judeu natural, que são as 12 tribos, recebeu de herança a terra de Canaã (Israel), enquanto o convertido não tem herança destas terras. Esta explicação é bem simplória, mas nos faz refletir na diferença. Há judeus que são convertidos a mais tempo do que os que hoje estão a fazer. O fato de terem sido convertidos a mais tempo não os torna diferentes.

A conversão ao judaísmo através da História.

Conta-se que Rabi Iehuda bar Ilai aceitou como judeu uma pessoa que veio a ele e disse que havia se convertido por si mesmo (HOENIg, 1965). Isto mostra o quanto os sábios eram muitas vezes lenientes ao lidarem com os convertidos. Neste caso, não foi exigida nenhuma prova da conversão.

Durante o período bíblico, converter-se ao judaísmo significava unir-se a um povo ou se tornar cidadão de um Estado. O aspecto religioso vinha como uma consequência natural de pertencer ao novo grupo. Hoenig (1965) diferencia os termos naturalização, que significa tornar-se cidadão de um Estado nacional, e proselitismo, aceitar a adesão a uma crença religiosa diferente. Neste sentido, durante o período bíblico, a naturalização era muito mais comum do que a conversão religiosa, e o desejo de atrair todo ser humano para dentro da órbita religiosa não eram amplamente aceito. A atividade organizada na busca de novos judeus não fazia parte do padrão religioso antigo. Segundo Cohen (1999), no período bíblico, a descendência de um casamento entre um israelita e um não israelita normalmente era julgada conforme o status do pai. A situação do filho, no caso de um matrimônio entre uma mulher israelita e um homem não israelita dependeria do clã. Se o pai aderisse ao clã da mãe através de matrimônio matrilocal, o filho seria considerado israelita. Entretanto, em geral a mãe aderia ao clã do patriarca do clã e, assim sendo, apesar de ter uma mãe israelita, o filho não era considerado israelita

A palavra amilám, normalmente traduzida como "eu os cortarei", foi interpretada neste caso como "eu os forçarei a serem circuncidados". O hasmoneu Alexander Yanai (103-76 aEC) massacrou os moabitas pela recusa destes a se submeterem à conversão. As conversões forçadas, muito atípicas na história judaica, foram atacadas com severas  críticas pelos escritos talmúdicos.

O período helênico marcou o início das atividades de conversão. Os judeus se mudaram para muitos lugares fora da Judeia em decorrência das conquistas de Alexandre o grande. Houve muitos casos de judeus que se casaram com mulheres gentias que decidiram aceitar a religião de seus maridos. O filósofo Filo de Alexandria e o historiador Flavius Josefus escreveram sobre a forte influência do judaísmo e suas leis desde as populações não judias do Egito às cidades gregas no primeiro século da Era Comum.

Durante o reinado de Domiciano, ao final do século 1 EC, as conversões ao judaísmo passaram a aumentar sensivelmente. A Septuaginta, a tradução grega da Bíblia no século 3 EC, ajudou a difundir os ensinamentos do judaísmo em Alexandria e possibilitou a comparação entre os profetas e as escritas dos autores gregos e romanos clássicos.

O crescimento das sinagogas na Diáspora e a expansão da literatura helênica sobre a inferioridade do paganismo e a glória do judaísmo foram outros agentes de conversão.

Áquila, membro da família real romana, que traduziu a Bíblia do hebraico para o grego no século 2 EC, é um dos mais famosos convertidos ao judaísmo. O imperador romano Adriano suprimiu a religião judaica após a malsucedida revolta de Bar Kochbá, que foi aclamado messias judeu (132-135). Apesar de seus muitos decretos, como a proibição da circuncisão, os sábios continuaram a estimular a conversão.

Entre os fariseus e os saduceus havia visões conflitantes sobre o tema do proselitismo. Enquanto os saduceus, aristocráticos e da casta sacerdotal, consideravam-se parte de uma "raça pura" e se opunham à entrada de novos correligionários ao judaísmo, os fariseus queriam afastar os gentios da idolatria e demonstravam entusiasmo em trazer novas almas para o mundo monoteísta "sob as asas da Presença Divina". Segundo Hoenig (1965, p. 40 41), estas visões conflitantes entre fariseus e saduceus e até mesmo entre os próprios fariseus podem ser inferidas das diferentes histórias de Hilel e Shamai e suas opiniões divergentes sobre conversão ao judaísmo. Os saduceus enxergavam não apenas os sacerdotes, mas todo o povo judeu, como membros desta "raça pura".

Na época posterior à destruição do Templo, há alguns relatos de conversão em massa de nações que aceitaram o judaísmo, como os kazares e as tribos da Arábia do Sul. Lentamente, a conversão foi cristalizada como a aceitação de indivíduos à religião judaica. Depois que o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado Romano, a conversão ao judaísmo tornou-se crime e as atividades proselitistas judaicas entraram em declínio. Ao mesmo tempo, a situação dos judeus melhorava continuamente em terras orientais, na Babilônia e nos países árabes. Apesar das muitas dificuldades, o desejo do judeu de trazer outros para a sua fé nunca morreu.

Na Tossefta, encontramos a opinião da Casa de Hilel segundo a qual quem já tivesse sido circuncidado não precisava passar por outro ritual para se tornar judeu. No Talmud Babilônico, esta também é a opinião do tanaíta (sábio da época da Mishná) Rabi Eliezer, que acredita que depois, da circuncisão, o indivíduo já é um guer (termo hebraico que define aquele que se converteu ao judaísmo)

No período do Templo, os homens convertidos tinham que ser circuncidados e levar um sacrifício para o Mikdash (santuário). Em estado de pureza ritual, o prosélito tinha que levar o sacrifício ao santuário pessoalmente. Após a destruição do Templo, deixou-se de se exigir que o convertido fosse a Jerusalém. Em vez disso, ele tinha que separar algum dinheiro para ser usado na reconstrução do Templo. Mais tarde, a exigência do dinheiro foi completamente abandonada.

No Talmud há quatro graduações de judeus: Cohen, Levi, Israel e Guer (convertido). Havia certas comunidades nas quais os convertidos eram excluídos do exercício de um cargo público. Há discussões sobre se os prosélitos poderiam servir como juízes em casos civis ou criminais. O guer não estava no topo da sociedade judaica desses períodos. Apenas a linhagem dos filhos do convertido era considerada completamente judia. Aprendemos isto do fato de que um sacerdote pode se casar com a filha de um convertido, mas não com uma convertida.

Não obstante, havia um desejo de desenvolver uma atitude favorável em relação ao prosélito. Isto pode ser ilustrado pela excomunhão de Akabiá ben Mehalalel por ter insultado Shemaia e Abtalion, descendentes de convertidos

Com o surgimento do cristianismo, os rabinos passaram a insistir em um maior cumprimento da Lei em vez da mera aceitação de teologia e ética. A razão para isto é que os sábios queriam estar seguros de que o convertido entendia e aceitava a fé original e genuína em um tempo em que se tornara mais difícil reconhecer verdadeiros prosélitos ao judaísmo. A postura rabínica mais estrita era um mecanismo protetor e um filtro para se reconhecer quem desejava, com sinceridade, aderir ao judaísmo.

Cohen (1999) faz uma meticulosa comparação entre a cerimônia de conversão descrita no Talmud nos Tratados Ievamot 5  e Guerim 6.

Na análise, a versão de Guerim veio para somar elementos que não estavam presentes na primeira versão. A beraita (citação de material da época da Mishná dentro do texto da Guemará) em Ievamot não se preocupa com o estado espiritual do convertido. A cerimônia não faz referência a Deus nem à eternidade da Torá (Pentateuco). Não há nenhuma negação da religião anterior da pessoa, não se faz qualquer revisão da história dos israelitas, tampouco há alguma oração. Além disso, não há participação da comunidade em qualquer parte da cerimônia. Cohen vê esta cerimônia como um veículo para regularizar, formalizar e "institucionalizar" as conversões. Por outro lado, a versão em Guerim vem para estabelecer o primeiro texto e para inserir muitos dos elementos que faltavam.

Aqui é possível reconhecer a cerimônia de conversão como um ritual de iniciação no qual as preocupações espirituais e teológicas são evidentes.

As diferentes atitudes dos sábios diante da Conversão e do Proselitismo Pode-se encontrar um espectro muito extenso de atitudes entre os escritos de Chazal (acróstico do termo "Nossos sábios, de abençoada memória").

Começa-se pela atitude positiva em relação à conversão que pode ser encontrada, por exemplo, em Pirkê Avot (Ética dos Pais) 1:12. Hilel, chefe do Sanhedrin (Sinédrio), entre os anos 30 AEC e 10 EC, declarou o seguinte: Hilel diz: Seja como os discípulos de Aarão: "ame a paz e busque a paz, ame as criaturas e aproxime-as da Torá".

O termo criaturas (briot) em vez de judeus junto à expressão "aproximeas da Torá" pode estar conectado aos esforços de conversão. Muitas histórias sobre Hilel no Talmud sublinham a sua abordagem positiva em relação aos convertidos.

Lemos no Midrash Tanchuma: Disse Resh Lakish: O guer que se converteu é mais querido do que Israel quando se apresentou diante do Monte Sinai. Por quê? Caso não tivessem testemunhado os trovões e os relâmpagos, o tremor das montanhas e o som dos shofares, [Israel] não teriam aceitado a Torá; e este que não testemunhou nenhum deles, veio e se entregou ao Sagrado, Bendito Seja, e aceitou sobre si a Soberania Celestial - você conhece algo mais querido do que isso? Judeus por opção: a conversão ao judaísmo desde os tempos bíblicos até nossos dias.

Este tipo de ditos positivos também está presente no tratado pós-talmúdico de Guerim: Os convertidos são tão queridos que, em todo lugar, as Escrituras os chamam de Israel, conforme está escrito (Isaías 41:8): "E você Israel, meu Servo Jacob" e assim por diante. (...) Os convertidos são queridos, pois Nosso Patriarca Abrahão não se circuncidou aos vinte nem aos trinta anos, mas aos noventa e nove anos, porque, caso Abrahão tivesse se circuncidado aos vinte ou aos trinta anos, não haveria guer que se convertesse dos vinte anos em diante ou dos trinta anos em diante. No entanto, o Sagrado, Bendito Seja, foi acompanhando-o até que chegou aos noventa e nove anos, a fim de não trancar a porta diante dos convertidos, dar tempo aos que retornam e aumentar a recompensa àqueles que fazem a Sua vontade, conforme está escrito (Isaías 42:21): "O Eterno tem prazer, por amor à Sua própria justiça, em engrandecer e glorificar a Sua Torá."

No Midrash Raba, há uma bonita explicação sobre por que se deve amar os convertidos. De acordo com o texto seguinte, os guerim (plural hebraico de guer) devem ser amados de um modo muito especial, uma vez que renunciaram à sua liberdade, abandonaram suas famílias e decidiram se unir ao povo judeu. Quem nasce judeu não tem alternativa, mas o convertido deve ser respeitado e protegido por conta dos seus grandes esforços.O Sagrado, Bendito Seja, ama muito os converti-Judeus por opção: a conversão ao judaísmo desde os tempos bíblicos até nossos dias.

A comunidade judaica exige que haja um protocolo a seguir, e para que serve?

O protocolo faz parte das cerimônias formais e seu objetivo é evitar que o evento vire uma bagunça, pois obriga os membros a seguirem determinadas regras.

Através do protocolo a cerimônia ganha forma organizada, um tanto que padrão e contribui para que o evento ocorra de maneira correta, sem bagunça e sem constrangimentos.

Exige de toda uma postura específica educação, respeito, boa apresentação e principalmente determina que todos sigam as regras de organização e execução.

Sem o protocolo com certeza, ninguém saberia o que fazer e nem como agir, dificultando assim que as cerimônias fossem bem vistas, tal como são atualmente.

As lições têm o objetivo de instruir o candidato em potencial a conversão, pois precisará conhecer o que é ser judeu.

Se você ainda não passou pelo protocolo de conversão ou retorno, deve se preparar estudando cada um dos assuntos que serão desenvolvidos em cada lição.